A estabilidade macroeconômica brasileira foi alcançada a duras penas.
A primeira fase do Plano Real (1994 a 1998) teve como mérito o término de um longo ciclo hiperinflacionário.
Porém, a estabilidade efetiva teve início em 1999, após o agravamento da crise da Rússia, em agosto de 1998.
Os marcos desta estabilidade foram o sistema de metas de inflação (do qual faz parte o regime de câmbio flutuante), a Lei de Responsabilidade Fiscal e a autonomia (ainda que informal) do Banco Central.
Estas reformas foram feitas ao longo do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
A partir de 2001, com o slogan "exportar ou morrer", Fernando Henrique Cardoso implementou medidas de incentivo às exportações que, apesar de criticadas na ocasião, contribuíram para lançar o país em um ciclo vigoroso de expansão das exportações.
Graças à esta expansão, impulsionada fortemente pela conjuntura ímpar de crescimento do comércio internacional, o governo Lula foi capaz de evitar uma recessão nos seus dois primeiros anos (de 2003 a 2005).
O motor do modesto crescimento da economia brasileira no período de 2003 a 2005 foi a expansão do comércio internacional, por um lado, e as reformas que permitiram o aumento das exportações, por outro.Os crescentes superávits comerciais amortizaram os efeitos recessivos dos arrochos fiscal e monetário implementados para combater a inflação.
A questão da demanda externa estava, finalmente, bem encaminhada. Mas faltava ao país a retomada do dinamismo da demanda interna (consumo, investimento e gastos públicos).
Lula, antes de tomar posse, avisou ao mundo que iria instituir o "Fome Zero".
Mas o país não era faminto.
Era, e infelizmente ainda continua a ser em muitas regiões, desnutrido.
Lula quis combater a fome, mas ao povo não foi feita a pergunta de Arnaldo Antunes compositor do rock "Comida", dos Titãs: "Você tem fome de quê?""
O "Fome Zero", após patinar em 2003 na gestão de Frei Betto, acabou se tornando um poderoso programa de bem-estar social.
Seu mérito: agregar e aprofundar os vários programas sociais implementados anteriormente.
A gestão de Dona Ruth Cardoso e as idéias de Luiz Carlos Bresser-Pereira, Marcelo Néri, Ricardo Paes e Barros e Eduardo Suplicy, foram parte importante deste processo.
Afora a chatice de ser também uma eficaz máquina de votos, as várias bolsas que compõem esta rede de proteção social têm contribuído para a redução dos níveis de pobreza e de desigualdade e vem ajudando na missão de manter o nivel de consumo da classe C em alta desde o final de 2004.
O povo, como Arnaldo Antunes já dizia, tinha fome também de "diversão e arte" e "queria a vida como a vida quer". As séries temporais do consumo de vários bens de consumo duráveis e não-duráveis mostram uma alta correlação com o aumento dos rendimentos da classe C.
Lentamente, como convém a um país com tradição democrática, a parte boa do PT e do PSDB têm conseguido transformar em política econômica o pensamento social-democrata do Brasil.
Assim, o que os setores radicais da esquerda chamavam de neoliberalismo, foram as reformas necessárias para a lenta construção de uma estabilidade associada à crescimento sustentado.
E o que setores liberais radicais de direita diziam ser assistencialismo e demagogia com dinheiro público foi a construção de programas sociais que capazes de, ao longo do tempo, resgatar uma enorme dívida social que no início dos anos noventa muitos julgaram como impagável.
Primeiro vieram a estabilização e algumas reformas, como o Proer e a tão discutida reforma patrimonial (1994-1998).
Depois vieram as reformas macroeconômicas já mencionadas (1999) e o fator previdenciário (que conferiu uma racionalidade mínima ao problema da Previdência Social).
Em seguida, já com o câmbio em dirty floating, o impulso às exportações.
Por fim, a retomada do dinamismo do mercado interno, motivada pelo aumento do consumo privado das classes mais baixas e pelo (infelizmente excessivo) aumento do gasto público.
Mais recentemente, a queda da taxa Selic vem completando o ciclo virtuoso dos quinze anos do Real.
Finalmente, deixo para o final a minha leitura de uma boa notícia econômica: a demanda por crédito cresceu 4% no Brasil e superou o nível atingido antes da crise.
Todas as classes de rendimento registraram aumento na demanda por crédito.
O maior avanço, de 5,2%, ocorreu no segmento dos consumidores com rendimento mensal de até R$ 500,00.
Resumo da opereta: isto não ocorreu por acaso.
A primeira fase do Plano Real (1994 a 1998) teve como mérito o término de um longo ciclo hiperinflacionário.
Porém, a estabilidade efetiva teve início em 1999, após o agravamento da crise da Rússia, em agosto de 1998.
Os marcos desta estabilidade foram o sistema de metas de inflação (do qual faz parte o regime de câmbio flutuante), a Lei de Responsabilidade Fiscal e a autonomia (ainda que informal) do Banco Central.
Estas reformas foram feitas ao longo do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
A partir de 2001, com o slogan "exportar ou morrer", Fernando Henrique Cardoso implementou medidas de incentivo às exportações que, apesar de criticadas na ocasião, contribuíram para lançar o país em um ciclo vigoroso de expansão das exportações.
Graças à esta expansão, impulsionada fortemente pela conjuntura ímpar de crescimento do comércio internacional, o governo Lula foi capaz de evitar uma recessão nos seus dois primeiros anos (de 2003 a 2005).
O motor do modesto crescimento da economia brasileira no período de 2003 a 2005 foi a expansão do comércio internacional, por um lado, e as reformas que permitiram o aumento das exportações, por outro.Os crescentes superávits comerciais amortizaram os efeitos recessivos dos arrochos fiscal e monetário implementados para combater a inflação.
A questão da demanda externa estava, finalmente, bem encaminhada. Mas faltava ao país a retomada do dinamismo da demanda interna (consumo, investimento e gastos públicos).
Lula, antes de tomar posse, avisou ao mundo que iria instituir o "Fome Zero".
Mas o país não era faminto.
Era, e infelizmente ainda continua a ser em muitas regiões, desnutrido.
Lula quis combater a fome, mas ao povo não foi feita a pergunta de Arnaldo Antunes compositor do rock "Comida", dos Titãs: "Você tem fome de quê?""
O "Fome Zero", após patinar em 2003 na gestão de Frei Betto, acabou se tornando um poderoso programa de bem-estar social.
Seu mérito: agregar e aprofundar os vários programas sociais implementados anteriormente.
A gestão de Dona Ruth Cardoso e as idéias de Luiz Carlos Bresser-Pereira, Marcelo Néri, Ricardo Paes e Barros e Eduardo Suplicy, foram parte importante deste processo.
Afora a chatice de ser também uma eficaz máquina de votos, as várias bolsas que compõem esta rede de proteção social têm contribuído para a redução dos níveis de pobreza e de desigualdade e vem ajudando na missão de manter o nivel de consumo da classe C em alta desde o final de 2004.
O povo, como Arnaldo Antunes já dizia, tinha fome também de "diversão e arte" e "queria a vida como a vida quer". As séries temporais do consumo de vários bens de consumo duráveis e não-duráveis mostram uma alta correlação com o aumento dos rendimentos da classe C.
Lentamente, como convém a um país com tradição democrática, a parte boa do PT e do PSDB têm conseguido transformar em política econômica o pensamento social-democrata do Brasil.
Assim, o que os setores radicais da esquerda chamavam de neoliberalismo, foram as reformas necessárias para a lenta construção de uma estabilidade associada à crescimento sustentado.
E o que setores liberais radicais de direita diziam ser assistencialismo e demagogia com dinheiro público foi a construção de programas sociais que capazes de, ao longo do tempo, resgatar uma enorme dívida social que no início dos anos noventa muitos julgaram como impagável.
Primeiro vieram a estabilização e algumas reformas, como o Proer e a tão discutida reforma patrimonial (1994-1998).
Depois vieram as reformas macroeconômicas já mencionadas (1999) e o fator previdenciário (que conferiu uma racionalidade mínima ao problema da Previdência Social).
Em seguida, já com o câmbio em dirty floating, o impulso às exportações.
Por fim, a retomada do dinamismo do mercado interno, motivada pelo aumento do consumo privado das classes mais baixas e pelo (infelizmente excessivo) aumento do gasto público.
Mais recentemente, a queda da taxa Selic vem completando o ciclo virtuoso dos quinze anos do Real.
Finalmente, deixo para o final a minha leitura de uma boa notícia econômica: a demanda por crédito cresceu 4% no Brasil e superou o nível atingido antes da crise.
Todas as classes de rendimento registraram aumento na demanda por crédito.
O maior avanço, de 5,2%, ocorreu no segmento dos consumidores com rendimento mensal de até R$ 500,00.
Resumo da opereta: isto não ocorreu por acaso.
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