quarta-feira, 15 de julho de 2009

40 anos do Vietnã

Em 1969 foi há quarenta anos um período inesquecível na história humana por motivos bons e ruins.
Naquele ano o governo dos EUA conduziu com êxito absoluto a chegada do homem na lua através da missão Apolo comandada por Werner Von Braun ( engenheiro alemão, ex-cientista do III Reich alemão e pai do foguetes V 1 e V2 que foram o horror do povo inglês durante a 2ªguerra mundial.)
Esse fato ocorreu no mesmo ano do famoso festival de música de Woodstock realizado em agosto na fazenda do mesmo nome nos arredores de New York City. Era o auge do movimento hippie e da contracultura. Em Woodstock cerca 500 mil jovens se reuniram em três dias de “paz, amor e música” pedindo uma nova ordem mundial e bradando contra a famigerada guerra do Vietnã que devastou o sudeste asiático. Pelo festival de Woodstock passaram nomes emblemáticos da música e do o rock universal como Janis Joplin, Jimi Hendrix, o indiano Ravi Shankar, Joan Baez que era esposa de Bob Dylan e grávida de 6 meses na época, Carlos Santana , The Who, Crosby/Still/Nash & Young numa apresentação inesquecível de Sweet Judy blue Eyes, entre outros.
Na seara política, o gaúcho de Bagé General Emílio Garrastazu Médici governava o Brasil com mão de ferro amparado pelo triste AI -5. Nosso país vivia os horrores da repressão política e das torturas nos porões do DOI-COIDI. E nos EUA o republicano Richard Nixon tentava de todas as formas tirar seu exército do atoleiro da guerra do Vietnã (1967-1975) .
As atrocidades americanas, uma entre tantas, vieram a tona quando em dia 16 de março de 1968, uma patrulha do exército americano liderada pelo tenente William Calley massacrou 500 civis indefesos (mulheres, crianças e idosos) na da aldeia de My Lai no Vietnã. Calley ficou apenas 3 anos presos e depois foi indultado.
Os protestos intensificaram-se dentro e fora dos EUA. Em várias manifestações públicas a maioria do povo americano estava cada vez mais discente da necessidade da guerra e do sofrimento dos soldados front de batalha. Haja vista o conflito no campus da Universidade de Kent onde a polícia americana matou vários estudantes .
O envolvimento americano teve seu início quando da derrota francesa em Dien Bien Phu em 1954. Logo os americanos ficaram receosos do avanço comunista e fizeram de tudo para frear a expansão da influência soviética na região.
O pretexto para a invasão foi o conflito (mentiroso) no golfo de Tonkin onde Lyndon Johnson enganou o povo americano para conseguir apoio para a sua política no Vietnã’.
1969 entrou para a história como auge do envolvimento americano na guerra onde morreram mais de 55 mil soldados americanos e cerca de um milhão e meio de vietnamitas. 300 mil soldados americanos ficam feridos ou aleijados. Os EUA jogaram 7 milhões de toneladas de bombas sobre o Vietnã ( 3 x mais que na 2ª guerra).
Os principais senhores da guerra foram o secretário americano Robert McNamara (ex-executivo da Ford Motor Company) que gostava de encher sua mesa de trabalho com mapas recheados de dados estatísticos com as mortes dos soldados para decidir onde atacar depois. Além desse Sr outro direto responsável pelo banho de sangue no sudeste asiático foi o diplomata (de triste memória) Henry Kissinger.
Kissinger foi o diplomata americano que participou das conversas de paz realizadas a partir de 1970 em Paris com o fim de dar uma saída honrada à guerra do Vietnã.
Alguns dos críticos de Kissinger acusam-no de ter cometido crimes de guerra durante sua longa estadia no governo como dar luz verde para a invasão indonésia de Timor (1975) e a golpes de estado no Chile e no Uruguai(1973); entre tais críticos incluem-se o jornalista Christopher Hitchens (no livro The Trial of Henry Kissinger) e o analista Daniel Ellsberg (no livro Secrets). Apesar de essas alegações ainda não terem sido provadas em uma corte de justiça, considera-se perigoso para Kissinger entrar em diversos países da Europa e da América do Sul.
Se hoje o Vietnã está migrando para o sistema capitalista é outra história, o fato é que a guerra foi insana e criminosa e o ano de 1969 não será esquecido.

Prof. João Neutzling Jr
Economista, Mestre em Educação.
Prof. da Faculdade SENAC Tencologia
e Anhanguera Educacional S/A

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